quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A rua que não existe.

Passar uns dias na minha avó é como ir de encontro à infância. Aquela, adormecida. Voltar à infância adormecida é - quase - apagar os problemas da fase atual. É como voltar a absorver as preocupações antigas - se é que eram preocupações. E, por aqui, nada mudou muito. A cobradora do ônibus continua a mesma. O mesmo acontece com a sorveteira. E o açougueiro. Talvez o único mudado por aqui seja eu. Talvez não. Perguntaram-me se não me era estranha tal rotina. Eu respondi que não. A rotina por aqui continua a mesma. Os trajetos também. Trajeto, esse, diário até a casa da minha tia - moradora de uma rua que não existe no mapa. A plantação - aquela do capeta - hoje virou quase uma construção, minha avó disse que um dia sai um Condor. E toda noite eu repito meu próprio lema: "Dispa-se das camadas. Retenha o essencial." Funciona? Ainda não sei...

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