segunda-feira, 3 de novembro de 2014

The boy who lived.

Quando eu era pequeno eu costumava passar dias na casa da minha avó. Lembro-me de quando voltávamos pra casa dela, à noite, passávamos por uma espécie de campo, uma plantação abandonada. Era um terreno quase baldio, escuro. Era uma época em que eu fazia catequese, e lá  - às vezes -  discutíamos sobre Deus e o diabo. Enquanto cruzávamos o campo eu pensava – comigo mesmo:  “Aparece aí, diabo! Se tiver coragem.” Eu era quase o homem que desafiou o diabo. Bom, tava mais pra “o feto que não tinha o que fazer.” Quando chegavam as noites – e elas chegavam - eu me cobria com todos os lençóis e me enfiava por debaixo dos travesseiros,  tinha medo de que o cidadão viesse tirar satisfações comigo. Hoje, eu me lembro disso. Dou risada. E, hoje,  eu ainda durmo com a cabeça parcialmente coberta, ele deve ter marcado minha cara, apesar da escuridão da plantação.  

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